Louça Negra Regional de Molelos


A típica louça preta de Molelos obtém-se através de um processo de cozedura redutora que permite obter louça de barro de cor negra e brilho metálico. A origem da louça preta perde-se nos tempos, mas presume-se que os oleiros desenvolveram esta técnica de modo a imitarem o aspecto da louça metálica.
O barro é moldado na roda do oleiro que é movida pelos pés. As peças, depois de secas lentamente ao ar perdem parte da água que existe no barro. Esta operação pode levar até três semanas, dependendo da temperatura e humidade do ar que exige vigilância constante, pois a louça tem de secar devagar e uniformemente, caso contrário pode estalar ou rachar ficando inutilizada.
 Depois de estarem semi-secas e antes de serem cozidas, as peças são “brunidas”, ou seja, são alisadas com um seixo. Por regra, existem seixos na posse da mesma família há mais de cem anos. Este alisamento do barro é o que origina no final o brilho metálico característico e exclusivo destas peças de louça de Molelos.
A cozedura era feita numa ligeira cova escavada no solo chamada soenga, usando lenha e caruma de pinheiro, como combustivel. Na faze final da cozedura, o oleiro tapava a louça com torrão (placas de terra com raízes) os orifícios de saída, provocando assim uma atmosfera carregada de carbono que se depositava sobre as peças.
 Actualmente a soenga está a ser substituída por fornos a lenha de chama invertida, mais práticos e funcionais. Ao longo dos tempos a louça preta foi usada, quase que exclusivamente, para efeitos culinários tendo desaparecido na década de 70, devido à concorrência das louças em alumínio.
No entanto, a louça preta renasceu pela mão de jovens oleiros e agora além das tradicionais peças de uso culinário, são criadas também belas peças de decoração e criações artísticas. É neste contexto que a olaria Tradição Mais significa à priori, manter a tradição buscando a inovação.

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